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Compreender o verdadeiro valor da RPA

André Figueiredo, Automation & Digitalization Consultant na Fujitsu Portugal

May 14, 2020

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– Estamos no início de uma nova década e os efeitos da Indústria 4.0 sentem-se mais do que nunca. Empresas de todos os sectores de actividade estão a batalhar por ajustar os seus modelos de negócio de modo a lidar com o maior nível de serviço ao cliente que agora se espera.

Uma das funcionalidades mais úteis da RPA é a sua capacidade de simular as interacções humanas aquando do uso de aplicações. Isto faz com que as empresas não tenham de orquestrar remodelações completas de sistemas para integrar tecnologia RPA nas suas operações.

Embora seja verdade que, aparentemente, a RPA está limitada a tarefas baseadas em regras simples – que não requeiram criatividade nem intuição – estas constituem uma parte significativa do trabalho realizado nas fábricas. Além disso, e porque a RPA consegue funcionar de forma mais eficiente do que os seres humanos, ela pode rapidamente optimizar muitas das operações de uma linha de produção industrial, por exemplo. Entre estas contam-se a agilização dos processos operacionais, como monitorização de inserções e filas de trabalho, a actualização de registos do sistema e até a criação de registos de incidentes. Estas vantagens potenciam melhorias de negócio contínuas. Numa era em que a velocidade e a fiabilidade constituem uma parte tão importante da experiência do cliente, isto pode ter um efeito transformador no sucesso de uma organização. No entanto, a RPA não consegue fazer tudo sozinha…

A outra vantagem igualmente importante da RPA é o modo como ela transforma a vida quotidiana dos colaboradores. As tarefas baseadas em regras que a RPA assume são, por norma, as partes mais incómodas de um trabalho – são repetitivas e mundanas. Ao tirá-las da rotina de um colaborador, a RPA liberta-o para executar tarefas com maior significado. Deste modo, a RPA pode ter um impacto incrível no bem-estar da força de trabalho. Os colaboradores passam a ter mais tempo para interagir com os colegas, inovar e proporcionar mais valor às suas organizações. Aliás, um estudo de 2019 concluiu que a RPA aumentava a eficiência em 86%, potenciava informações 67% mais profundas sobre os clientes e melhorava tanto o apoio ao cliente como o envolvimento dos colaboradores em 57%.

Com RPA, os colaboradores podem focar-se nos aspectos mais ‘humanos’ das suas funções. Isto dá-lhes espaço para pensar e usar a sua criatividade, permitindo-lhes melhorar as organizações em que trabalham na vertente em que uma máquina não pode ajudar. Porém, chegar até esse ponto exige mais do que a simples introdução de tecnologia RPA. Os líderes precisam de comunicar estas vantagens de forma eficaz e enchendo os seus colaboradores de confiança e segurança. Precisam de alimentar a cultura certa, uma que se revele capaz de possibilitar o estabelecimento e desenvolvimento destas mudanças.

Os avanços tecnológicos em conectividade, inteligência artificial e machine learning estão a mostrar-nos um futuro promissor no que toca a RPA. No entanto, à medida que a disrupção se torna norma, o desafio para as empresas passa a depender menos da capacidade tecnológica e mais da implementação e da aceitação. Embora estas inovações tenham potencial para melhorar a eficiência e reduzir custos a curto prazo, é importante que sejam devidamente ponderadas face a valores de prazo mais longo como a experiência do cliente, a sua fidelização e a sua retenção. Porque, na verdade, a Indústria 4.0 vai tornar os humanos numa parte ainda mais importante do sucesso das organizações. Como tal, compete a cada líder empresarial certificar-se de que a RPA é entendida sobretudo como uma forma de capacitação e não de substituição.

Date: 14 May, 2020